Você sabe como gravar um bom vídeo para o seu paciente?

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Saiba o que é permitido de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e aproveite as dicas profissionais ao final do artigo.

6 minutos de leitura

O vídeo é uma realidade

Você já parou para pensar como passamos a consumir mais conteúdo em formato de vídeo? Tutoriais, lives, entrevistas, vídeoaulas ou uma simples opinião sobre algum produto ou serviço. Não é à toa que os vídeos estão permeando a nossa rotina, e na Medicina não poderia ser diferente.

Até mesmo órgãos mais tradicionais como a CAPES e o Conselho Federal de Medicina (CFM) usam o vídeo para transmitir o conteúdo científico de uma maneira informal e aproximativa.

De acordo com pesquisa realizada em 2019 pelo Cetic.br, o Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da Sociedade da Informação ligado ao Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br), composto por representantes de diversos setores da sociedade, assistir a vídeos está entre as “atividades mais realizadas pelos usuários de internet brasileiros” (74%). “A busca por informações também está entre as principais atividades realizadas na internet, sobretudo a busca por produtos e serviços (59%), seguida por assuntos relacionados a saúde ou a serviços de saúde (47%)”. A pesquisa foi realizada em 23.490 domicílios e contemplou todas as classes sociais.

Principais benefícios

Claro que existe espaço e adequação para todas as ferramentas, bem como vantagens e desvantagens no uso de cada uma delas. Mas como estamos focando nos vídeos neste artigo, elencamos abaixo seus principais benefícios:

  1. Efetividade. O vídeo é o único formato que pode agregar texto, som e imagem simultaneamente. Essa sinestesia torna-o mais efetivo e aproximativo do que somente som, como nos podcasts, ou somente imagem, como uma foto do Facebook. É como se alguém estivesse falando de forma personalizada com você, e isso é um baita diferencial competitivo. Assim, fazer conteúdo para pacientes é uma prática amigável, ética e de relacionamento muito útil, desde que respeitadas algumas regras, as quais explicaremos a seguir.
  • Praticidade. A maioria dos smartphones de hoje já contempla um bom conjunto audiovisual para gravar vídeos. Você apenas precisa estar atento a alguns detalhes (ao final deste artigo você os encontrará) para deixar sua mensagem para o mundo em alguns minutos, com tudo o que você já tem: informação relevante.
  • Engajamento. Temos vários exemplos de como o vídeo na área da saúde agrada. Um perfil como o do médico Drauzio Varella no YouTube, por exemplo, hoje soma mais de dois milhões de inscritos. O médico do esporte Luiz Tintori compartilha vídeos no Instagram que ultrapassam, cada um, mais de duas mil visualizações.

Mas antes de sair gravando um vídeo, pergunte para cada paciente que você atender que tipo de conteúdo ele gostaria de receber e o tipo de canal: Facebook, WhatsApp, Instagram, YouTube… comece com um deles e lembre-se de estabelecer uma frequência ou calendário para os envios, porque com uma rotina agitada e sem a devida disciplina é muito provável que você deixe os vídeos para depois.

Confira as restrições

A apostila de 2011 do CFM divulga as regras atuais e aponta restrições que devem ser seguidas. O material é norteado pelas Resoluções 1974/11, 2.126/2015 e 2.133/2015. Portanto, ao fazer um vídeo, o médico não pode:

– Divulgar “antes e depois” de tratamentos, mesmo com o consentimento do paciente (com exceção de divulgação imprescindível em trabalhos e eventos científicos);

– Garantir resultados de procedimentos ou induzir o paciente;

– Adulterar dados estatísticos;

– Utilizar imagem e/ou voz de celebridades recomendando serviços ou estabelecimentos médicos;

– Divulgar parcelamentos para pagamentos ou sorteios de consultas ou tratamentos;

– Utilizar termos comerciais como “mais eficiente”, “garantido”, entre outros;

– Esquecer de divulgar permanentemente e de forma visível (dois décimos) nome completo, especialidade e número de registro médico (se consultório privado) ou do diretor técnico médico (se estabelecimento/ serviço de saúde);

– Causar pânico ou medo à sociedade, de forma sensacionalista.

Se houver dúvidas, o médico pode procurar a Comissão específica (Codame) de seu Conselho Regional.

Saindo um pouco do universo da exposição na internet, temos os profissionais que preferem usar plataformas específicas para gravar a tela do notebook, para compartilhar uma apresentação de PowerPoint com narração de fundo, por exemplo. Neste caso não há necessidade de “dar as caras” se você é tímido com as câmeras. Há diversas ferramentas gratuitas e que, com conhecimentos básicos de informática, já é possível gravar seus conteúdos para encaminhar para alunos ou pacientes. Mas se você tem um conteúdo relevante e pode ajudar até a salvar vidas, por que não começar a criar mais autoridade com vídeos mostrando o seu rosto, seu consultório organizado, equipe acolhedora, parceiros e o grande profissional que você é?

O vídeo pode ser simples – com estas dicas!

De acordo com o especialista em vídeos Michael Oliveira, o “vídeo trabalha para você 24/7”. Se você quer começar a gravar vídeos para compartilhar conhecimento, confira essas dicas práticas:

  1. Se você tem receio ou timidez para enfrentar uma câmera e acha que ultrapassar essa barreira pode significar mais realização pessoal ou profissional, comece falando algum assunto que você domina. “Coloque como meta entregar uma transformação pra quem assistir o seu vídeo”, ou seja, que a pessoa aprenda algo relevante com você, independentemente se já houver algo semelhante na internet.
  • Comece pelo roteiro. “Vídeo sem roteiro não funciona”, destaca o especialista. Existem diversos tipos de roteiro, mas exemplificamos aqui o roteiro mental de 5 passos: a) faça a chamada, ou seja, diga o que a pessoa vai aprender com seu vídeo – etapa muito importante para retenção; b) se apresente sucintamente com seu número de registro; c) exponha o conteúdo em si; d) faça um rápido resumo do que foi dito (isso fixa o conteúdo); e e) chame para uma ação, ou call to action (CTA), que pode ser um pedido para inscrição no seu canal, por exemplo.
  • Se você não tem uma câmera e tripé e quer começar com o celular, grave no seu veículo! Estacione num local permitido, feche os vidros, ligue o ar condicionado, se tiver. Coloque um suporte específico, que você compra na internet, escolha um horário com boa iluminação e fique posicionado de frente para a luz. A acústica dentro do carro costuma ser boa e não há interrupções como os barulhos de uma casa, por exemplo. Gravar dentro do carro também denota informalidade, o que é bom para o seu início com a câmera.
  • Evite usar o óculos de sol porque há perda de conexão com a audiência. O contato visual com a lente da câmera é muito importante!
  • Sobre o áudio: o microfone de lapela, que pode ser comprado na internet por menos de R$ 100,00, dá mais liberdade porque suas mãos ficam livres caso precise mostrar algo. Basta conectá-lo ao celular para ter um áudio com mais nitidez e liberdade de movimentos.
  • Conheça o seu aparelho! Aprenda as funções da câmera do seu smartphone na internet, se você não quer resgatar o manual impresso.
  • E por fim, “Leve sua mensagem para o mundo!”. Existem muitas pessoas com dores ou problemas a serem resolvidos e o seu conhecimento pode ser a solução. “Às vezes, com um único vídeo você pode melhorar a vida de alguém. Então por que não começar?”, pondera o especialista.

Esperamos que essas dicas práticas seja um estímulo pra você. Até o próximo artigo!

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